Análise: Avantasia - The Wicked Symphony (2010)


Antes de avançarmos para qualquer análise mais concreta ao trabalho de Tobias Sammet e companhia, convém já deixar algo bem claro: este álbum está bem distante daquilo que foi a saga “The Metal Opera”. Apesar do mentor do projecto, Tobias Sammet (vocalista dos Edguy) afirmar que se trata igualmente de um álbum conceptual onde o “The Scarecrow” e o “Angel Of Babylon” fazem parte da trilogia, não nos parece que, nem na parte lírica ou mesmo na musical, exista uma linha conceptual, uma história constante, como existiu nos belíssimos “The Metal Opera I e II”.

Aqui temos um conjunto de músicas bem mais na linha daquilo que os Edguy fazem, do que propriamente naquilo que os Avantasia fizeram nos primeiros dois álbuns. Em “The Wicked Symphony” que foi lançado exactamente no mesmo dia de “Angel of Babylon” – remetendo-nos à altura onde também os Guns n’ Roses lançaram no mesmo dia os álbuns “Use Your Illusion I e II” – voltam a marcar presença nomes grandes do metal como Russel Allen (Symphony X), Jorn Lande (Masterplan), Micheal Kiske (Helloween), Tim Owens (Judas Priest, Iced Earth), Klaus Meine (Scorpions), André Matos (Angra) e Bob Catley (Magnum), entre outros.

A produção sonora e gráfica de todo o álbum é soberba com orquestrações com sons muito minuciosos e detalhes deliciosos. Também os pormenores técnicos dos excelentes músicos que fazem parte da escolha de Tobias Sammet são perfeitos. Há excelentes solos de guitarra em todas as músicas onde salta ao ouvido a qualidade melodiosa e técnica dos guitarristas convidados. Existem igualmente bons detalhes rítmicos nas baterias e percussões.

Convém dizer que, para um amante de Power Metal, este é um álbum indispensável e que não deve ser perdido. No entanto, no cômputo geral, “The Wicked Sumphony” não consegue ser tão especial e genial como os álbuns “The Metal Opera”. As músicas são, regra geral, boas com algumas a evidenciarem uma qualidade acima da média mas existem muitas outras que nos parecem meros “fillers”. Encontramos também algumas músicas que instrumentalmente são interessantes mas que têm refrões que tentam em vão ser orelhudos. O primeiro single do álbum com a participação de Klaus Meine dos Scorpions demonstra o lado pior de todo o disco, para nós.

Atrevemo-nos mesmo a dizer que seria tão melhor que, em vez de lançar dois álbuns no mesmo dia, Tobias Sammet tivesse reunido as melhores músicas de cada álbum e tivesse lançado apenas um disco. Isso sim, seria um passo excelente e, provavelmente o nosso discurso seria outro e teríamos que acabar por considerar o disco como um álbum absolutamente indispensável.

Como não foi isso que aconteceu, a qualidade das músicas tem altos e baixos com a primeira faixa homónima “The Wicked Symphony” a ser uma das nossas preferidas devido à excelente variação a meio da música; tal como as excelentes “Runaway Train” que quase chega a ombrear com as melhores músicas de “The Metal Opera”; “Black Wings” onde temos uma música bem mais negra que as outras e que muito nos agradou e “States of Matter” onde há um equilíbrio perfeito entre o Power e o Heavy Metal.

Posto isto, recomendamos "The Wicked Symphony" apenas aos fãs mais experientes do género Power Metal. Aqueles que estão a dar os primeiros passos neste subgénero ou para os que não conhecerem de todo este tipo de música, ponham os álbuns “The Metal Opera I e II” à frente deste.

Tracklist:
1. The Wicked Symphony
2. Wastelands
3. Scales Of Justice
4. Dying For An Angel
5. Blizzard On A Broken Mirror
6. Runaway Train
7. Crestfallen
8. Forever Is A Long Time
9. Black Wings
10. States Of Matter
11. The Edge

Músicas em Destaque:
The Wicked Symphony;
Runaway Train;
Black Wings;
States Of Matter;

Nota Final (1/20):
16

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