Análise: Wolfmother - Wolfmother (2005)


Os Wolfmother são uma curiosa banda australiana de Hard Rock clássico que lançou o seu primeiro álbum em 2005, apresentando um som estranhamente clássico. Sim, porque ao contrário da maioria das bandas que, mesmo que tenha fortes influências de bandas do passado, tenta adaptar o seu estilo às sonoridades modernas do rock actual, os Wolfmother parecem pretender uma própria regressão ao Hard Rock Clássico dos anos 70. Assim, bandas como Black Sabbath, Led Zeppelin, Deep Purple ou Thin Lizzy são portos de abrigo para a sonoridade deste colectivo.

E isso divide-nos. Por um lado, e dada a própria qualidade inquestionável das bandas influenciadoras referidas, é de saudar que existam bandas actuais que sabem e conseguem captar esse rock psicadélico tão frequentemente associado ao movimento hippie e a todo o consumo de drogas que o mesmo pressupõe. Foram tempos que marcaram profundamente a música em todo o mundo e, de certa forma continuarão a marcar. Por exemplo, ouvir “Paranoid” dos Black Sabbath ou “Whole Lotta Love” dos Led Zeppelin é uma experiência tão especial e enriquecedora que, de certeza que não serão apenas as pessoas que viveram essa época que poderão apreciar este tipo de música. São, concerteza, muitos os jovens que verão neste tipo de psicadelismo uma óptima experiência musical. E nesse ponto, os Wolfmother estão mais que bem pois conseguem captar toda a essência dessa música até agora extinta. Note-se que até mesmo a própria masterização e mixagem dos instrumentos e músicas remonta à forma como se produzia um disco nos anos 70.

O ponto negativo ou que pelo menos nos deixa com algumas dúvidas é que consideramos que talvez os Wolfmother sejam demasiado anos 70, isto é, talvez os Wolfmother estejam tão ligados a esta tónica musical que acabam por ser um pouco redutores quanto àquilo que poderiam, eventualmente, ser capazes de construir. Se as influências são óptimas, talvez o facto dos australianos soarem demasiado às mesmas acabe por lhes tirar algum mérito e serem descreditados por todos aqueles que considerarem que esta banda não é mais que uma cópia das suas bandas preferidas.

Não compactuamos com esta visão porém. Ainda que sejam demasiado anos 70, os Wolfmother apresentam músicas bem construídas com aquela atitude psicadélica que já referimos e as suas músicas proporcionam-nos boas audições. Notamos alguma repetição entre músicas e uma distorção algo arrastada na maioria das músicas mas, ainda assim, a secção rítmica e as performances do vocalista e mentor da banda Andrew Stockdale são muito interessantes.

A música “Pyramid” é absolutamente genial bem como a “Woman” ou a “Joker & The Thief”.

Ainda que reticentes em relação aos Wolfmother, recomendamos este seu primeiro álbum de originais porque é sempre bom ver um novo projecto a emergir com tão boas referências musicais ao contrário da música que tem vindo a surgir por este mundo fora.

Os Wolfmother ou são a próxima grande banda de Rock N’ Roll ou acabarão por ser engolidos com o passar deste buzz inicial. Como ainda temos dúvidas sobre qual destas duas hipóteses acontecerá, resta-nos aguardar pelo seu segundo álbum.

Tracklist:
1. Colossal
2. Woman
3. White Unicorn
4. Pyramid
5. Mind's Eye
6. Joker & The Thief
7. Dimension
8. Where Eagles Have Been
9. Apple Tree
10. Tales from the Forest of Gnomes
11. Witchcraft
12. Vagabond

Músicas em Destaque:
Woman;
Joker & The Thief;
Pyramid;

Nota Final (1/20):
15

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