Análise: Europe - Last Look At Eden (2009)


De todas as bandas rock que se tinham separado nos anos 90 e que se reuniram já depois de 2000, os Europe são, para nós, a aposta mais coesa e ganha. Se várias são as bandas que se reuniram ao fim de hiatos de alguns anos que não apresentaram mais do que a vontade de fazer algum dinheiro à custa dos fãs, os Europe são exactamente o oposto disso. Depois de "Prisoners In Paradise", em 1992, a banda havia cessado funções até se ter reunido, novamente, em 2004 para lançar, o também interessante, “Start From the Dark”.

Em 2009 chega-nos “Last Look At Eden”, o terceiro álbum desde que a banda voltou a tocar junta e podemos afirmar que é um dos melhores de toda a carreira dos Europe.

Adaptando-se às sonoridades actuais mas introduzinho teclados e orquestrações de uma forma épica, os Europe estão de parabéns pelo excelente trabalho que produziram.

Nota-se que a produção do mesmo foi enorme tendo as próprias orquestrações sido gravadas pela Orquestra Sinfónica de Praga auferindo assim um som com uma qualidade perfeita. Essa parceria entre a Orquestra e os Europe foi bem aproveitada dando origem a uma orquestração de arrepiar assim que o álbum começa.

Os europe preocuparam-se, de uma forma quase cirúrgica, em obter músicas bem delineadas com boas vocalizações por parte de Joey Tempest, teclados bem colocados por Mic Michaeli e uma excelente secção rítmica assegurada pelo cada vez mais enérgico Ian Haugland e o baixista John Leven. Mais uma vez, John Norum desempenha um papel preponderante nas guitarras "solando" e “riffando” de forma exímia quer técnica quer sentimentalmente - a nível de “groove”, por exemplo.

A banda acaba assim por chegar a um nível de qualidade invejável e oferece-nos um álbum pleno de variedade. Desde momentos épicos como “Last Look At Eden” ou a excelente “No Stone Unturned”, a já comum balada mais comercial – “New Love In Town”, o rock mais enérgico em “The Beast” ou em “Gonna Get Ready”, a surpreendente “In My Time” com uma sonoridade muito “blues” ao jeito de Gary Moore ou Joe Bonamassa e, finalmente, a improvável “Mojito Girl” onde a banda tentou alcançar outras paisagens rítmicas de uma forma não tão bem conseguida.

Por ventura, “Last Look At Eden” dá-nos a impressão que algumas das suas músicas não exigiram tanto trabalho como outras. Se algumas das músicas descritas em cima apresentam um cuidado constructivo na composição muito grande, o mesmo já não se pode dizer de músicas como “U Devil U”, “Run With The Angels” e “Catch That Plane”. Nestes três exemplos, ficamos com a ideia que as músicas foram feitas meio à pressa e de uma forma mais leviana. É pena porque existem muitas outras músicas excelentes no álbum e se não fossem raras excepções, estávamos na presença do melhor álbum dos Europe.

Todavia, equilíbrio é a palavra que melhor define este trabalho e qualquer fã de rock deverá confirmar a excelente qualidade do mesmo que é, sem dúvida, um dos álbuns de rock do ano.

Indispensável.

Tracklist:
1. Prelude
2. Last Look At Eden
3. Gonna Get Ready
4. Catch That Plane
5. New Love In Town
6. The Beast
7. Mojito Girl
8. No Stone Unturned
9. Only Young Twice
10. U Devil U
11. Run With The Angels
12. In My Time

Músicas em Destaque:
No Stone Unturned;
The Beast;
Last Look At Eden;
In My Time;
Gonna Get Ready;

Nota Final (1/20):
17

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