Análise: Jeff Buckley - Grace (1994)


“Grace” de Jeff Buckley é, sem dúvida, um álbum cheio de graça, de beleza, de poesia, de singularidade, de magia, de magnificiência.

Ainda hoje em dia, são muitas as pessoas que não conhecem o trabalho de Jeff Buckley.
Jeff Buckley teve uma fugaz vida - afogou-se na época em que andava a gravar o seu segundo álbum – mas a sua obra não deixará de adornar as nossas existências para sempre. E ouvir - e conhecer - atentamente “Grace” é tarefa obrigatória para qualquer ser humano que se considere um amante de música.

A forma como Jeff canta – talvez uma das vozes mais apaixonantes e tecnicamente perfeitas de sempre – a forma como toca guitarra ou a sua pópria composição das músicas é simplesmente transcendente. Jeff parecia viver numa ilha isolada de tudo e todos onde o importante era o monólogo que mantinha com o seu espírito utilizando, para isso, uma guitarra eléctrica com um som limpo e sem distorção. Jeff criou pois um mundo dele, um mundo próprio e angelical. Ouvi-lo é como entrar num templo sagrado.

Ouvir a faixa “Grace” ou “Hallelujah” – versão de Leonard Cohen – sem ficarmos com os cabelos arrepiados, é algo que nós, Rock Ends Rolling, não conseguimos fazer.

Convém realçar que a música de Jeff Buckley aparece quase sempre em registo semi-acústico. Tem portanto uma tónica folk que interliga com riffs que são utilizados em algumas canções mais hard rock. Chegam-nos por vezes algumas canções mais agressivas mas sempre numa velocidade mid-tempo de forma a transportar-nos para os locais da mente de Jeff. A agressividade que Jeff cria é muito mais emocional do que propriamente musical.

É interessante verificar como sua obra, no que toca especialmente à forma de cantar, influenciou cantores como Matt Bellamy dos Muse ou Chris Cornell dos Audioslave/Soundgarden.

Foi uma grande perda para a nossa música a sua morte pois Jeff tinha uma característica que é bastante rara nos cantores/compositores: a unidade. Tal como um Elvis Presley, um Michael Jackson, um John Lennon, um Kurt Cobain, um Freddie Mercury, um Bob Dylan... Jeff Bucley era único e tinha capacidade para fazer exactamente aquilo que quisesse fazer em termos musicais.

É obrigatório ter e desbravar Jeff Buckley... sem mais demora!

Tracklist:
1. Mojo Pin
2. Grace
3. Last Goodbye
4. Lilac Wine
5. So Real
6. Hallelujah
7. Lover, You Should've Come Over
8. Corpus Christi Carol
9. Eternal Life
10. Dream Brother

Músicas em Destaque:
Hallelujah;
Grace;
So Real;
Lover, You Should’ve Come Over;
Last Goodbye;

Nota Final (1/20):
18

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