Análise: Scorpions - Sting In The Tail (2010)


Os alemães Scorpions anunciaram no início de 2010 que iriam acabar a sua carreira mas que, antes disso, ainda lançariam um último álbum de originais e fariam uma digressão pelo mundo.

Foi portanto com algum entusiasmo que recebemos este “Sting In The Tail” que assinala o fim duma interessante carreira de sucesso por parte dos Scorpions. Segundo o vocalisto Klaus Meine, este é, para ele, um dos melhores álbuns da banda.

Mas foi também com algum desagrado que lá fomos descobrindo as novas músicas deste álbum. Desagrado não especialmente pelo facto das músicas serem más mas antes por acharmos que, relativamente ao anterior álbum “Humanity: Hour I” onde a banda se excedeu no que concerne à qualidade criativa, este “Sting In The Tail” desilude.

A banda procurou voltar ao rock mais fácil e clássico que a tornou célebre com riffs de guitarra simplistas mas que são orelhudos e com letras e mensagens bem básicas também. O resultado é mesmo esse: rock fácil e simples.

Os germânicos não acrescentam nada à musica e ao rock em geral com este disco e, mesmo em relação ao seu cardápio de álbuns, este é apenas mais um outro. Se em “Humanity: Hour I” os Scorpions conseguiram criar uma sonoridade bem moderna e rockeira sem comprometê-los junto do seu público do passado, aqui, nada de novo foi criado e só mesmo os fãs mais antigos poderão registar algum entusiasmo pela banda ter voltado às suas raízes.

Os Scorpions optaram por um caminho fácil possivelmente com receio de experimentar novas coisas. Procuraram fazê-lo utilizando as mesmas fórmulas que sempre utilizaram, particularmente nos anos 70 e 80. Note-se que até mesmo o riff inicial da primeira música “Raised On Rock” nos remete para o riff inicial de “Rock You Like A Hurricane”. Também “Lorelei” parece uma imitação infeliz de “Send Me An Angel”.

“Uma homenagem a eles próprios”, poderão muitos achar mas nós consideramos, com pena nossa, que o trabalho dos alemães foi mais uma ausência de procura criativa do que outra coisa qualquer.

Destacamos as músicas “Slave Me”; “The Best Is Yet To Come” e a homónima “Sting In The Tail” que é talvez a música mais diferente e com mais atitude do disco.

Em conclusão, os Scorpions não se despedem com um mau disco – afinal de contas estão (demasiado) fiéis a eles próprios – mas também não se despedem em grande dos seus fãs como era esperado por todos.

Ainda assim, é um álbum decente e, para os amantes de rock clássico e simples com uma estrutura linear, este pode ser um bom disco.

Tracklist:
1. Raised On Rock
2. Sting In The Tail
3. Slave Me
4. The Good Die Young
5. No Limit
6. Rock Zone
7. Lorelei
8. Turn You On
9. Sly
10. Spirit Of Rock
11. The Best Is Yet To Come

Músicas em Destaque:
Slave Me;
The Best Is Yet To Come;
Sting In The Tail;

Nota Final (1/20):
13

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