Análise: Avantasia - The Metal Opera Pt. II


Os Avantasia são um projecto paralelo do vocalista e mentor dos alemães Edguy, Tobias Sammet. Tal como os Edguy, o estilo de música apresentado pelos Avantasia é Power Metal mas numa vertente mais sinfónica. Mas antes de analisarmos este “The Metal Opera Pt. II” de 2002, convém certificarmo-nos que todos sabem exactamente o que é o projecto Avantasia.

No ano de 2001 Tobias Sammet apresentou ao mundo um conceito absolutamente genial. A sua ideia era exigente: criar um álbum conceptual com a colaboração de grandes nomes da música que dariam voz às personagens deste épico inspirado no universo de Avalon – daí o nome Avantasia – com muitas influências das personagens míticas do Senhor dos Anéis.

Assim sendo, ao contrário dum álbum típico de rock, "The Metal Opera" – e concretamente este "The Metal Opera Pt. II" - apresentam-nos uma história com diversos personagens que cantam em tom de diálogo, revelando-nos a história ao longo do álbum. Estamos pois a falar de uma Ópera mas que tem arranjos de Power e Heavy Metal sem no entanto perder a noção melódica de uma Ópera – e será obviamente essa a razão que justifica o nome de ambos os álbuns.

Se o conceito, embora de difícil execução, já era original imaginem a sua grandeza ao incluir nomes pesados de outras bandas que dão voz às personagens criadas por Tobias Sammet como: Michael Kiske (ex – Helloween), Sharon den Adel (Within Temptation), Kai Hansen (Gamma Ray), Timo Tolkki (Stratovarius), Bob Catley (Magnum), André Matos (Angra), Eric Singer (Kiss), entre muitos outros respeitados vocalistas e instrumentistas do universo do Rock pesado.

Quanto às músicas presentes temos que dar um grande destaque à primeira faixa do álbum – “The Seven Angels” - que, por si só, já justificava que este fosse um dos melhores álbuns de sempre. Composta por 14 – não longos – minutos e pela participação de quase todos os convidados de Tobias Sammet, esta música é como uma jornada épica que ora arranca, ora desacelera criando paisagens sonoras dignas de qualquer filme épico. Os coros parecem ter sido tocados por uma mão celestial tal é a sua magnificência. Há partes recheadas de velocidade, há partes calmas só com piano. Há de tudo um pouco para quem gosta de boa música. Consideramos esta música importante para o universo do Power/Heavy Metal como o “Bohemian Rhapsody” dos Queen, foi e é importante para o universo do Hard Rock.

Quanto às outras músicas, o álbum continua a transbordar qualidade sendo as nossas preferidas a “The Looking Glass” que nos dá umas guitarras bem engendradas e a balada “In Quest For” que nos presenteia com um agradável e suave piano que nos faz relaxar até à entrada da também excelente e rápida “The Final Sacrifice”.

A execução técnica e instrumental não poderia ser melhor porque, afinal de contas, estamos a falar de músicos escolhidos a dedo e que oferecem o seu talento a toda a criação de Sammet. A história e letra das músicas está também bastante intensa e bem delineada. Neste ponto, chamamos a atenção para o facto de não acharmos que as letras das músicas estão forçadas e rebuscadas para conseguir contar a história, como seria de prever. O que se passa é que as letras fluem de uma forma credível e não forçada, o que nos demonstra que também nesta componente lírica, Tobias Sammet foi, no mínimo, genial.

Pouco mais temos a dizer sobre este álbum. É mesmo um daqueles raros e especiais álbuns que marcam a história da música deixando-a diferente após a sua existência.

Não há volta a dar, todos os seres humanos deveriam ouvir este álbum pois é uma raridade, uma pérola que durante anos pode não ser igualada dentro do género.

Mais que obrigatório!

Tracklist:
1. The Seven Angels
2. No Return
3. The Looking Glass
4. In Quest For
5. The Final Sacrifice
6. Neverland
7. Anywhere
8. Chalice Of Agony
9. Memory
10. Into The Unknown

Músicas em Destaque:
The Seven Angels;
The Looking Glass;
In Quest For;
The Final Sacrifice;

Nota Final (1/20):
19

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