Análise: Aerosmith - Nine Lives (1997)


De todos os álbuns dos Aerosmith, aquele que é mais experimental e talvez mesmo conceptual é este “Nine Lives”, de 1997. Álbum que seguiu o multiplatinado e excelente “Get a Grip” de 1993, foi muito aguardado por todos, levando a que as exigências feitas à banda pelos seus milhões de fãs, fosse muito grande. Temos a certeza que muitos foram os fãs que ficaram desiludidos com este trabalho mas, dado que consideramos “Nine Lives” como um álbum absolutamente excelente, a nossa razão para o descontentamento de alguns fãs e crítica é o forte rompimento com o passado que este trabalho imprimiu à carreira do colectivo norte-americano.

De facto, aquilo que podemos dizer depois de já termos dissecado este disco centenas de vezes é que, realmente, os Aerosmith esmeraram-se na criação destas 14 músicas.

Se não existem hits tão gigantes como em “Pump” ou “Get a Grip” – embora não devamos esquecer que a música “Pink” foi um mega hit, um pouco por todo o mundo – a verdade é que “Nine Lives” demonstra uns Aerosmith bastante eclécticos que sabem fazer música de qualquer tipo desde que o denominador criativo seja o Hard Rock.

Neste caso, “Nine Lives” afasta-se daquilo a que a banda já nos tinha habituado por várias razões muito embora sejam as passagens por ritmos e sonoridades mais orientais, nomeadamente da Índia, que parecem ser a maior diferença. Também... mas não só.

O tema da Índia que está presente no excelente artwork do disco – que é um dos melhores artworks dentro de toda a música onde já pudemos ter a oportunidade de pôr as mãos – tal como em muitas músicas como a homónima “Nine Lives”, “Taste Of India” ou “Fallen Angels”. Outra diferença que encontramos é a presença de músicas bem mais Hard com guitarras mais pesadas, solos mais sujos e pratos de bateria mais fortes.

As vocalizações de Steven Tyler aparecem muito inspiradas tal como a guitarra de Joe Perry. Apesar de Aerosmith ser uma banda comercial e de ter, naturalmente, muitas músicas comerciais, não consideramos “Nine Lives” muito radio friendly tirando, claro está, os singles mais óbvios do álbum. Pelo contrário, encontramos músicas onde se vê que o colectivo deu um passo em frente na criação de melodias e estruturas musicais diferentes daquilo que até então tinha feito, pondo de parte – mesmo que de uma forma inconsciente – as exigências e tendências do mercado mainstream da altura.

As nossas preferidas são “Hole In My Soul” (uma das melhores baladas da banda), “Falling Angels” (com uma mensagem e uma melodia absolutamente tocantes), “Ain’t That A Bitch” (que é absolutamente genial devido à tónica trágica oferecida por Steven à música), “Taste Of India” (um absoluto exercício musical de como fundir com classe música oriental e puro Hard Rock... adoramos!) e, porque não, “Pink” (que não passa de uma música com tempo e melodia fáceis mas que é suficientemente catchy e divertida para fazer-nos gostar dela!).

Sem dúvida e sem hesitações, é um dos álbuns que mais gostamos dos Aerosmith sendo um dos trabalhos mais marcantes da década de 90 dentro do universo do Hard Rock.

Recomendamos!

Tracklist:
1. Nine Lives
2. Falling in Love
3. Hole in My Soul
4. Taste of India
5. Full Circle
6. Something's Gotta Give
7. Ain't That a Bitch
8. Farm
9. Crash
10. Kiss Your Past Good-Bye
11. Pink
12. Falling Off
13. Attitude Adjustment
14. Fallen Angels

Músicas em Destaque:
Hole in My Soul;
Taste of India;
Ain't That a Bitch;
Pink;
Fallen Angels;

Nota Final (1/20):
18

1 comment:

scatterbrain said...

Ainda não tinha visto esta review! mto bem! Os meus "highlights" deste CD são definitivamente a Ain't That a Bitch pq apesar da música nada ter a ver com isso, tem aquela aura de ambiente jazzístico/blues de q eu gosto bastt(e ouvi esta música over and over again), Farm, Something's Gotta Give.
A Pink foi mm o maior hit deste CD, mas acho q se deve não só à música mas tb ao videoclip, q para mim é dos melhores deles, pela sua simplicidade. Convenhamos q os Aerosmith sempre tiveram bons videoclips - Love in an Elevator, Livin' on The Edge (tb dos q gosto mais), a sequência Crazy, Cryin', Amazing, just to name a few.