
Eis quando estávamos já um pouco fartos dos Scorpions com os seus últimos álbuns de originais pouco inspirados e os seus inúmeros álbuns ao vivo tais como o "Acoustica" ou "Moment of Glory", a banda alemã conseguiu-nos surpreender da forma mais forte possível, apresentando-nos aquele que é, para nós, o melhor álbum de originais dos Scorpions.
Talvez a razão para tal, tenha sido a preocupação da banda em criar um álbum consistente e com uma sonoridade moderna mas, sem cair, em criações sem rumo e desorientadas como já tinha feito em 1999 com "Eye II Eye". Em "Humanity - Hour I" denota-se que houve uma preocupação em traçar um caminho, em escrever as músicas com o cuidado de manter as origens da banda mas, ao mesmo tempo, adicionando-lhe paisagens sonoras bem mais actuais.
Um dos factores de sucesso, poderá também ter sido a dupla de produtores do álbum: James Michael (que é a voz dos Sixx A.M. e produtor de artistas como Mötley Crüe, Meat Loaf ou Alanis Morissette) e Desmond Child cuja melhor alcunha para o descrever é hitmaker porque, de facto, as bandas que trabalham com ele, acabam sempre por ter um grande êxito (Aerosmith, Bon Jovi, Alice Cooper, Kiss, Meat Loaf, entre dezenas de outros).
De volta a “Humanity – Hour I”, podemos dizer que este trabalho resulta de um enorme esforço dos músicos em superarem-se a si mesmos. O álbum abre da melhor maneira possível com a música “Hour 1” a declarar-se logo como um clássico, um grito, um hino. Guitarras, bateria e baixo estão muito bem produzidos. As póprias vozes de Klaus Meine estão com um tratamento muito cuidado para assegurar que a voz fica mais audível para os menos apreciadores dos talentos vocais de Klaus. As músicas nunca chegam a ser enfadonhas ou chatas porque tudo está projectado de forma a que tanto as músicas mais enérgicas como as mais calmas estejam bem divididas e se interliguem bem entre si. As baladas estão muito bem intrincadas e afastam-se das baladas orelhudas de outros tempos da banda estando, por isso, mais actuais. Destacamos a indispensável “Hour 1”, a interessante balada “The Future Never Dies” e a balada de contornos épicos “Humanity”. Ainda há espaço para a improvável colaboração de Billy Corgan dos Smashing Pumpkins que canta na música “The Cross”.
Em conclusão, o álbum acaba mesmo por ser o nosso favorito da extensa carreira dos Scorpions. Achamos que os antigos fãs da banda não saem defraudados com este trabalho – pelo contrário – e poderão ser muitos os jovens ou aqueles que nunca ligaram muito à banda no passado a mudarem a sua opinião. A todos, aconselhamos que oiçam “Humanity - Hour I”.
Tracklist:
1. Hour 1
2. The Game Of Life
3. We Were Born To Fly
4. The Future Never Dies
5. You're Lovin' Me To Death
6. 321
7. Love Will Keep Us Alive
8. We Will Rise Again
9. Your Last Song
10. Love Is War
11. The Cross
12. Humanity
Músicas em Destaque:
Hour 1;
The Game Of Life;
The Future Never Dies;
The Cross;
Humanity;
Nota Final (1/20):
17
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